sábado, 10 de março de 2012

Tentar sonhar a dormir

Ai...como escrever...
o mundo não pára por isso a cabeça dói-me...
Dormir não me leva,
não me deixa sonhar e viajar para longe.
Abrir as portas do sonho
não é suficiente.
A minha mão é pequena demais
para aquele tronco de porta
e aquele monstruoso ramo de maçaneta...

Terei adormecido? Estarei agora acordada?
Não tenho como saber se não és imaginação;
não me lembro de ter pestanejado
e dito: acordei.
Eu sei que te sinto, também te vejo sim
mas qual a diferença de ti para ti
quando estou a sonhar?
Vejo-te e em ti te sinto.
Tão idêntico e sorridente...
Tudo o que tenho são sensações
tão mortais e insuficientes
que não posso confiar
a tal radar desatento
nem metade da minha confiança.
E esta confiança é tão pouca
que a conta-gotas se mede,
guarda-se num f rasco e num rótulo se escreve;
se enfia na prateleira e deixa criar pó.

Que enfado, que loucura!
Quando estás aqui tão perto
que te vejo a figura
tão empenhada em ser gentil.
A gentileza não é o teu forte por isso te vais.
E no ressonar dos minutos
os meus olhos vão dormindo
e ao acordarem são seis horas
e o sol já não está na janela.
Porque terei eu adormecido outra vez...