segunda-feira, 7 de junho de 2010

As tuas pégadas...

Nas estradas e nas calçadas,
que a lua nua banha
as tuas pégadas acentam;

noite após noite...

São marcas indeléveis do que sentes.
Em cada passo de pedra
eu sinto-te caminhar.
Sempre no mesmo tom, sempre no mesmo lugar.


Dos teus olhos se reflecte,
o que a mente humana,

mente insana
ainda não sabe explicar.


É complicado ver-te andar e desaparecer
nas esquinas das janelas
onde os gatos te esperam no anoitecer.
Onde as suas almas

se ligam a ti e te prendem.

Não podes fugir dos enredos dos gatos.

A tua alma e coração...
nas suas garras aluadas
têm um futuro imprevisível.
Um futuro impossível.

sábado, 5 de junho de 2010

Estou tão cansada...
O peso da vida abatece-se sobre mim em cada suspiro, de cada vez que levanto a cabeça algo vem para a baixar de imediato. Eu aguento e sigo. A minha função parece ser somente aguentar, aguentar a dor, aguentar a tua ausência, aguentar que todos não se importem com o que é a dor, aguentar a estupidez dos outros. Eu tenho plena consciência que o meu coração não passa de um abrigo a mochos e escuridão, pior do que era. Eu aguentava que me tirassem tudo, aguentava porque sim, porque tinha um pensamento feliz guardado para ocasiões mais tristes. O pensamento feliz acabou. Aliás, eu sinto que não irá existir nenhum. Eu era e sou uma pessoa de lutas, sempre tive jeito para entrar em desafios mas chega a um ponto que o corpo e a mente não aguenta. A dor tira-me a respiração e as lágrimas cegam-me sempre que pestanejo, a felicidade à minha volta é enervante. Ninguém merecia mais ser feliz do que tu, ninguém mais do que tu merecia uma vida longa e feliz junto à família. Mas não, alguém teria que te roubar de mim. Alguém teria que te arrancar o último suspiro enquanto lutavas, não por ti, mas por nós, a tua família.
E de cada vez que me dizem, "confia em Deus" a minha vontade é de gritar e a todos e ao céu:
"Não vou ser fraca ao ponto de esperar um milagre e submeter-me a alguém que nem sequer sei que existe. Vou ter a força de negar e lutar para sofrer, lutar para salvar."
Mas a cada dia...
estou mais cansada...

sexta-feira, 4 de junho de 2010

O olhar dos gatos

Já tinha visto crescer das suas patinhas
longos fios de lã.
Enquanto os seus olhos,
finos e espectrais cor de avelã,
não largavam a noite.

Os gatos e a noite são inseparáveis.

Têm o mesmo tom misterioso,
partilham da mesma curiosidade sobre o mundo.

Aqueles olhos de avelã
e os brancos da noite...
os dois se resumem a uma mesma forma de olhar.

A um olhar transcendental
capaz de abranger todo o universo.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

O mundo gira e gira...

Com esta chuva parece que me perco no mundo. Esta tão grande esfera de medo e resistência. Todos nós perdemos a noção de quem somos, de onde viemos, o nosso passado e futuro e mais complexo e difuso que uma bola de cristal. De nada nos vale perguntar-mos, quem somos? de onde viemos? as respostas continuam a mesma confusão de letras que sempre foram. Debruçamo-nos sobre livros e manuscritos sem nada ver para além de letras, palavras, frases. Parece que tudo aquilo não passa de uma criação de alguém cujo propósito era complicar as coisas. Para o futuro, não muito mais há para ver. Isto é se existir futuro, tal como se existisse o amanhã.
Para mim não há amanhã, o que há é hoje. E hoje, é um dia de chuva.



Estou neste momento a escrever num blog por causa de um conselho de uma professora minha. Na realidade, adoro escrever, desde narrativas, poesia e tudo o mais. Deste modo, decidi entrar num blogue para mostrar a quem quiser ler, a minha escrita e o que penso de alguns assuntos que serão abordados aqui. Penso em ser escritora um dia, além de outras coisas pois sou uma pessoa de gostos bastante variados. Escrevo sobre todo o tipo de coisas, nas quais se incluem pensamentos meus, preocupações, gostos e outras vezes escrevo apenas porque me sinto inspirada para isso. Neste blogue irão incontrar variados tipos de coisas relativamente à escrita. Espero que gostem.