segunda-feira, 14 de março de 2011

Algo

Não tens que ter medo...
no coração vêm os presentes mais bonitos.
Para ti,
apenas os sonhos mais longínquos.



A infinidade com que olhas
para esta página de papel
pode até fazer pensar
que dela podem nascer
os segredos que nos fazem voar.



Esta coisa bonita que vês
um dia já foi feia.
Foi um presente do coração
que ninguém quis mais.



Eu nem posso acreditar no sorriso que vejo
neste sonho que foi,
passou
e não volta mais.
O meu presente tão pequeno...


Oh...

Ficaste desaparecido no branco
do papel.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Coração

Está tudo muito silencioso...consigo ouvir
o meu coração a bater e os ouvidos a sussurrarem
por não haver sequer o que ouvir. Mexo um braço. Que
horror! Que barulho horroroso tão de prente! O quarto on-
de estou parece um poço; eu completo-o com a minha simples
existência precária cá em baixo. Olho para cima - tecto. Tudo
branco mas um branco assustador. Parece que o quarto se
come a si próprio... Lembro-me das várias razões para
estar aqui e ao lembrar-me as minhas lágrimas recor-
daram como se chorava. Não era muito diferente
das outras vezes. O meu fungar preenchia o si-
lencio, não sabia se me devia alegrar por
isso ou ainda chorar mais... os meus
olhos tomaram a decisão e ago-
ra, tal como antes, sinto o
coração despe-
daçado.