sexta-feira, 4 de março de 2011

Coração

Está tudo muito silencioso...consigo ouvir
o meu coração a bater e os ouvidos a sussurrarem
por não haver sequer o que ouvir. Mexo um braço. Que
horror! Que barulho horroroso tão de prente! O quarto on-
de estou parece um poço; eu completo-o com a minha simples
existência precária cá em baixo. Olho para cima - tecto. Tudo
branco mas um branco assustador. Parece que o quarto se
come a si próprio... Lembro-me das várias razões para
estar aqui e ao lembrar-me as minhas lágrimas recor-
daram como se chorava. Não era muito diferente
das outras vezes. O meu fungar preenchia o si-
lencio, não sabia se me devia alegrar por
isso ou ainda chorar mais... os meus
olhos tomaram a decisão e ago-
ra, tal como antes, sinto o
coração despe-
daçado.

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