AlgoNão tens que ter medo...no coração vêm os presentes mais bonitos.Para ti, apenas os sonhos mais longínquos.A infinidade com que olhaspara esta página de papelpode até fazer pensarque dela podem nasceros segredos que nos fazem voar.Esta coisa bonita que vêsum dia já foi feia.Foi um presente do coraçãoque ninguém quis mais.Eu nem posso acreditar no sorriso que vejoneste sonho que foi,passoue não volta mais.O meu presente tão pequeno...Oh...Ficaste desaparecido no brancodo papel.
CoraçãoEstá tudo muito silencioso...consigo ouviro meu coração a bater e os ouvidos a sussurrarem por não haver sequer o que ouvir. Mexo um braço. Que horror! Que barulho horroroso tão de prente! O quarto on-de estou parece um poço; eu completo-o com a minha simplesexistência precária cá em baixo. Olho para cima - tecto. Tudo branco mas um branco assustador. Parece que o quarto se come a si próprio... Lembro-me das várias razões para estar aqui e ao lembrar-me as minhas lágrimas recor-daram como se chorava. Não era muito diferentedas outras vezes. O meu fungar preenchia o si-lencio, não sabia se me devia alegrar porisso ou ainda chorar mais... os meusolhos tomaram a decisão e ago-ra, tal como antes, sinto ocoração despe-daçado.